26.5.05

o espaço da experienciação do espectador é o espelho do espaço da criação do outro




Inicialmente vais das três dimensões que ele calcorreou à bidimensionalidade da imagem.
Por contraponto, no outro, percorres a ideia na tridimensionalidade do espaço.
Em qualquer dos casos um labirinto claustrofóbico, destroços a preto e branco.



fora-dentro-fora versus dentro-fora-dentro : inputs e outputs distintos para o mesmo espaço de solidão. Percorrer o mundo é como percorrer a casa.

(imagens manipuladas, paulo nozolino e gregor schneider em serralves)

25.5.05

Elogio do subterrâneo

O subterrâneo é temperado, mais negro, mais húmido. Aqui fermentam os mais audases fungos, as minhocas mais industriosas. Aqui, onde tudo acaba está um espaço para acreditar que a vida subterrânea existe e é intensa, mais intensa do que as folhas que morrem e se agitam com o vento sem vontade própria. Aqui onde tudo morre, tudo renasce. Tudo emerge em direcção à superfície.

19.5.05

plano de voo sobre a terra



quantas vezes apostaste a tua vida?
apostei a minha vida mil vezes.
perdeste tudo?
sim, perdi sempre tudo.

josé luís peixoto, a criança em ruínas

15.5.05

biografia

E tudo se resumiu à evidência do pó.
Uma lenda, um ofício, uma teia de
apertadas mágoas que nunca mais
deixará passar a luz.
A tua luz, sol, lua ou juvenil chama dos
campos livres,
apagou-se violentamente.
Nos aquários da noite caiu uma estrela.
O mundo caiu sobre os teus ombros.

José Agostinho Baptista,
Agora e na hora da nossa morte

14.5.05




tom waits.mule variations.what´s he building?